Devemos orar pelos falecidos?

Orações

Pelos Falecidos.

"Panihida"

Bispo Alexander (Mileant).

Traduzido por Olga Dandolo

O consôlo cristão para os que estão tristes 

Quando um ente querido e próximo parte para o outro mundo, como é possível não ficar triste? Pois se até o próprio Senhor Jesus Cristo Se entristeceu e até chorou quando morreu Seu amigo Lázaro. Porém, a tristeza natural pelo falecido não deve levar o cristão ao desconsôlo ou às lamentações e murmúrios contra Deus. Pois a morte não significa a aniquilação da pessoa, e sim apenas a separação temporária da alma de seu corpo. Sendo uma separação temporária, as Sagradas Escrituras do Novo Testamento e os escritores cristãos primitivos denominam a morte como "sono" - "adormecimento" (Ato. 13:36; por exemplo o nome da celebração do Adormecimento da Mãe de Deus). A morte é chamada de sono com relação ao corpo; a alma do falecido continua sua vida consciente. Suas faculdades intelectuais e outras capacidades não enfraquecem após a morte, mas, ao contrário, recebem uma grande leveza e mobilidade, não tendo mais as restrições corporais.

Para não se afligir excessivamente pela perda de um ente querido, devemos pensar que a morte física também tem seu lado positivo. Ela proporciona à pessoa alívio dos esforços de todos os dias e de todo tipo de aflições, doenças e medos, os quais preenchem nossa existência terrestre. Ela é a passagem para um mundo melhor, onde brilha a luz eterna, onde reina a verdade de Deus, onde não existe tristeza, onde as almas dos fiéis encontram paz e felicidade eternas.

Como principal fonte para o consôlo do cristão deve ser a certeza de que todos nós iremos ressuscitar dos mortos, nos encontraremos com pessoas queridas e viveremos pela eternidade. O Filho de Deus veio ao mundo justamente para devolver à humanidade a vida imortal, a qual foi perdida devido ao pecado. A Ressurreição do Senhor Jesus Cristo dos mortos é o início da nossa ressurreição. Nós celebramos a festa da Páscoa com imensa alegria justamente porque "celebramos a aniquilação da morte, a destruição do inferno, o início de outra vida, que é eterna"!

O Apóstolo Paulo conforta os cristãos que perderam seus entes queridos com as seguintes palavras: "Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que Nele morreram." Diante disto, mais adiante o Apóstolo explica que nós que permanecemos entre os vivos não receberemos recompensas antes de morrermos, pois a recompensa total virá para todos os justos simultâneamente: "Por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos, não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tess. 4-15-18).

Mais adiante, o Apóstolo expões a visão cristã sobre vida e morte:

"Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu. E por isto, suspiramos e anelamos ser sobrevestidos da nossa habitação celeste; contanto que sejamos achados vestidos e não despidos. Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos: desejamos ser não despojados, mas revestidos com uma veste nova por cima da outra, de modo que o que há de mortal em nós seja absorvido pela vida. Aquele que nos formou para este destino é Deus Mesmo, que nos deu por penhor o Seu Espírito. Por isso estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. Andamos na fé e não na visão. Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor" (2 Cor. 5:1-15).

Com estas idéias e similares, vamos nos consolar diante da perda de pessoas queridas. Sua transferência para o outro mundo nos faz lembrar de que nosso próprio fim se aproxima. Por isso, rezando por eles estaremos rezando por nós, para que possamos ser dignos de um fim cristão, sem doenças, sem culpas e em paz, e que possamos receber um veredicto favorável durante o julgamento de Cristo!

https://fatheralexander.org/booklets/portuguese/panihida_p.htm#n2

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