No Limiar do Fogo da Geena - parte 4
Os Maus Espíritos Segundo
o Novo Testamento - parte 1
A propagação da idolatria e das mais variadas superstições na época do Nascimento de Cristo contribuiu para a abundância dos maus espíritos no meio da sociedade humana. Como sinal externo desta abundância serve o fato do surgimento de grande número de endemoninhados - de pessoas possuídas por maus espíritos. Ao vir ao nosso mundo por compaixão aos seres humanos, o Senhor Jesus Cristo em primeiro lugar passou a livrá-los da subjugação pelo diabo. (Mat. 12:24-29; 1 João. 3:8; Hebr. 2:14). Nas páginas do Evangelho o leitor achará numerosos casos de cura dos endemoninhados (Mat. 4:24; 8:16; 9:31; Marc. 17:14-21; Luc. 4:41; 8:2; 11:4). Com mais detalhes do que os outros são descritos os casos de cura do jovem em poder do demônio (Mat. 8:28-34; Marc. 5:1-19). O último caso é mais notável porque o homem era habitado não por um único demônio, mas por uma legião inteira, ou seja um número enorme.
Um estudo atento das narrações evangélicas sobre a cura dos endemoninhados convence-nos de que não se trata de epilepsia ou de outras enfermidades do sistema nervoso, mas da expulsão de seres absolutamente reais apesar de invisíveis, seres estes consciosamente maus que deliciam-se em torturar os outros.
Para demonstrar aos que possam ter alguma dúvida, toda a crueldade dos demônios, o Senhor permitiu-lhes mudar-se para os porcos que pastavam por perto e a multidão pasmada viu como a enorme vara de porcos endemoninhados correu para um despenhadeiro e precipitou-se ao lago (Marc. 5:13). Já este único fato da migração de espíritos de um ser para o outro exclui totalmente qualquer doença psíquica comum. Ao ler o Evangelho e outras narrativas sobre a expulsão de demônios aparece um número de determinados sintomas de endemoninhamento. Em primeiro lugar, os endemoninhados demonstram uma reação negativa específica a tudo o que é Sagrado e Divino. Assim, por exemplo, ao ver Cristo, eles foram acometidos por convulsões. Muitas vezes os demônios refugiados no infeliz, reconheceram em Cristo o Filho de Deus e pela boca do endemoninhado imploraram-no a postergar a punição e não mandá-los para o inferno. Nesta ocasião a voz do endemoninhado tornava-se não natural, não humana. Aos que assistiam a isso era óbvio que quem falava não era o homem, mas alguém que fazia isso por ele. Imediatamente após a expulsão do demônio, os endemoninhados voltavam ao normal e todos os sintomas desapareciam sem deixar vestígios. Estes mesmos sintomas podem ser observados nas vítimas também atualmente. Portanto, se os cépticos não querem acreditar em milagres, - pelo menos, que cheguem à conclusão de que realmente existe o mundo espiritual.
Mais tarde nós voltaremos ao tema do endemoninhamento.
A expulsão dos demônios pelos Apóstolos
Preparando os Seus discípulos para a futura missão de pregar ao mundo, o Senhor também os incumbiu de proceder com a obra da libertação dos homens da subjugação pelo diabo: "começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos, para expulsá-los" (Mat. 10:1; Luc. 9:1; Marc. 6:7). Os Apóstolos não esperavam que os espíritos impuros obedecessem resignadamente à sua palavra e por isso na sua volta contaram ao Salvador com alegria: "Senhor, até os demônios nos se submetem em virtude do Teu nome" (Luc. 10:17). Então, ainda com maior clareza o Senhor confirmou que os encarregou de afugentar toda força impura vinda do além. "Eis que vos dei poder de caminhar impunemente sobre serpentes e escorpiões, e (vencer) toda a força do inimigo, nada vos fará dano" (Luc. 10:19). Antes da Sua ascensão ao Céu o Senhor adiantou que o sinal distintivo da Igreja será o poder de calcar a força diabólica: "Eis os milagres que acompanharão os que crêem: Expulsarão os demônios em Meu nome..." (Marc. 16:17).
Realmente, a divulgação do Evangelho como regra foi acompanhada pela expulsão dos espíritos impuros. O livro dos Atos dos Apóstolos torna conhecidos casos de cura dos endemoninhados pelos Apóstolos Pedro (Atos 5:16); Apóstolo Felipe - quando "espíritos imundos saiam dando grandes gritos" (Atos 8:7) e também pelo Apóstolo Paulo, que "expulsou o espírito profetizador de uma jovem" (Atos 16:16-18). Às vezes a graça Divina se manifestava em tal abundância que bastava somente tocar os possessos com objetos pertencentes ao Apóstolo Paulo para que os demônios abandonassem os doentes (Atos 19:12).
Desde o tempo dos Apóstolos as preces dirigidas contra os demônios tornaram-se partes obrigatórias do sacramento do Batismo. Apesar do Senhor Jesus Cristo ter vencido o príncipe das trevas, retirado o seu poder sobre os seres humanos e outorgado à Igreja grande força para lutar contra ele e seus espíritos imundos, deve-se ter em mente que até a hora do Juízo Final por Deus, estes espíritos impuros vão representar para nós um perigo grande e permanente. Por esta razão o Senhor Jesus Cristo ensinou-nos sempre a pedir a Deus "não nos deixai cair em tentação, mas livrai nos do mau." O Apóstolo Pedro exorta: "Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor, como um leão que ruge, buscando a quem devorar" (1 Ped. 5:8).
Depois de enxotados do Céu, o diabo e seus demônios concentraram toda sua atividade no nosso âmbito - na assim chamada "esfera aérea." Pessoas que se contrapõem à fé cristã ou que levam uma vida pecaminosa o diabo considera como seus súditos e os aproveita na luta contra a Igreja. Segundo as palavras do Apóstolo, essas pessoas vivem "segundo o príncipe que exerce poder sobre este ar, espirito que agora domina sobre os filhos da incredulidade" (Efes. 2:2).
Vamos agora submeter a um exame mais detalhado o modo do diabo agir entre os seres humanos e os métodos que ele usa. Em particular, falaremos sobre o endemoninhamento e a possessão, sobre os métodos de sedução e o jeito de escravizar por meio do ocultismo e da magia.
https://fatheralexander.org/booklets/portuguese/evil_spirits_p.htm
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