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Mostrando postagens de julho, 2024

INTRODUÇÃO À ESPIRITUALIDADE FILOCÁLICA

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INTRODUÇÃO À ESPIRITUALIDADE FILOCÁLICA por Olivier CLEMENT  I PARA SITUAR A FILOCALIA  Esta introdução não tem outro objetivo, aliás modesto, senão o de estabelecer um vocabulário e de permitir sentir a atualidade de um pensamento. Para entender a música secreta da Filocalia, é preciso nos reportar ao belo posfácio de Jacques Touraille, que não apenas foi o grande artesão da sua tradução, como também, sob muitos aspectos, um “homem filocálico”.  A palavra filocalia significa “amor à beleza”, esta beleza divino-humana da qual diz Denis Areopagita “suscitar toda comunhão”. Porém, na época em que a obra foi composta, este termo indicava mais prosaicamente uma antologia ou florilégio. De fato, trata-se de uma vasta coletânea, não de extratos, mas de tratados integralmente transcritos e que constituem a “escola mística da prece interior1 ”. Tratava-se de sugerir a ação e a contemplação com o objetivo de “descobrir “o reino de Deus em si mesmo, o tesouro escondido n...

No Limiar do Fogo da Geena - 3

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  Os maus espíritos segundo a Sagrada Escritura A  Sagrada Escritura ensina que além do mundo material visível existe um enorme e diversificado mundo espiritual. Este mundo é tão diferente do nosso e é mais rico que este que nós não estamos em condições de entendê-lo, nem sequer imaginá-lo de modo satisfatório. Apesar disso, o mundo espiritual de divide em duas diferentes esferas de existência que chegam a ser opostas. Uma tem o nome de Céu, que é o reino da Luz, onde Deus revela a Sua glória aos espíritos bem-aventurados. Ali habitam os anjos e as almas dos justos. Outra esfera é o Inferno, o reino da escuridão e do suplício onde sofrem os demônios e as almas dos pecadores. Os demônios, assim como os Anjos não vieram à existência por si mesmos. Apesar de imortais, eles não são eternos, - eterno é só Deus. Muito antes da criação do nosso mundo material Deus criou o mundo espiritual e povoou-o de Anjos, - que eram seres racionais e bons. A eles Ele concedeu as faculdades da rac...

Oração, Jejum e Esmola - uma introdução

(...)  Levemos, pois, no navio todas as nossas provisões de alimento e bebida, colocando sobre elas a misericórdia abundante de que teremos necessidade. Porque o nosso jejum terá fome, o nosso jejum terá sede se não se alimentar de bondade, se não se dessedentar com misericórdia. O nosso jejum terá frio, o nosso jejum desfalecerá se o velo da esmola não o cobrir, se a capa da compaixão não o envolver. Irmãos, a misericórdia está para o jejum como a primavera está para os solos: a suave brisa primaveril faz florescer os rebentos nas planícies; a misericórdia do jejum faz brotar as nossas sementes até à floração, fá-las encherem-se de frutos até à colheita celeste. A bondade está para o jejum como o óleo está para o candeeiro: tal como a matéria gorda do óleo alimenta a luz do candeeiro, e com tão pouco alimento o faz brilhar para o conforto de toda a noite, assim a bondade faz o jejum resplandecer, emitindo raios até atingir o brilho pleno da continência. A esmola está para o jejum ...